quarta-feira, 9 de março de 2011

Mística do Bigode

            Famigerada guerra dos sexos!
Quantos foram os filósofos, literatos e críticos de plantão que pisaram no verde deste planeta azul pra não terem exaurido seus neurônios na busca interminável de respostas sobre a tênue e, ao mesmo tempo, distanciada relação entre os gêneros da espécie humana? Homem e mulher! Cada um buscando compreender-se no sentido existencial do outro. De fato, esta guerra continua. É contemporânea. Tendenciosa a se estender ao infinito sem que haja compreensão racional de nada. E nem precisa.
            Analisemos hoje o bigode. Sim, o bigode!
            Acessório significativo, histórico, simbólico e patriarcal do gênero macho. O homem, dentro da sua total afirmação, conta com o apoio dos pêlos para inserir-se e ter papel social. Já que não se pode mostrar os cunhões que se aflore o bigode!
            Quadradas conclusões “originais” colocaram o gênero feminino à margem inferior esquerda da posição do homem em termos de importância social, hoje, pobres de nós machos, parece que somos devorados por elas em pratos de porcelana. Mas, graças às forças da natureza, está lá o bigode para nos auxiliar. Sim, o bigode. Bigode é poder. Do quê seria Hitler sem seu bigode? Que arianos acreditariam na sua moral nacionalista sem ter as ventas embasadas em cabelos sutilmente penteados? E Nietzsche? Filosofaria ensandecido sem poder rodar o seu pontiagudo e florestal bigode?  E o do Sarney, que parece pêlos de cachorro vira-lata mestiço? E Marx, Chaplin, Freud, Einstein, e muitos outros machos intelectuais da história, teriam influenciado tanto os rumos das ciências sem terem seus bigodes para acariciar e, assim, fazer arejar suas geniais massas encefálicas?
            Fora a mística da virilidade presente no bigode. Parece que o homem torna-se mais homem, torna-se selvagem, torna-se leão e juba, tubarão e barbatana dorsal, gorila e “soco-no-peito”, torna-se macho! Claro que o leitor vai querer me questionar e derrubar essa tese pífia dizendo: “Ah, e o Fred Mercury?” Mas, nada é infalível. No entanto, temos que concordar que a virilidade exalada pelo bigode é de tal forma transcendental, que fez quebrar o tabu e mitificou o rock star homossexual.
           
Mas, estava eu a viajar nos pensamentos acima quando me deparei com um texto sobre Amor e Sexo de Arnaldo Jabor, onde ele diz o seguinte sobre “mulheres que barbeiam as partes”:

Acho lindo, mas não consigo deixar de ver ali nas partes dessas moças um bigodinho sexy... não consigo evitar... Penso no bigodinho do Hitler, do Sarney... Lembram um sarneyzinho vertical nas modelos nuas... Por isso, acho que vou escrever ainda sobre sexo...”

Achei melhor urinar a tese da virilidade do bigode e deixá-lo lá... imparcial, sem função fisiológica.

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